Estou, meus amigos, cansado até dizer chega. Passei grande parte do dia em limpezas e arrumações neste cubículo a que eu, carinhosamente, chamo de quarto. Pois é, não é nenhuma divisão ampla por aí além; é até algo pequenina, mas para mim é suficiente. Ou costumava ser. Hoje, enquanto limpava e arrumava, dei-me conta da quantidade imensa de porcaria que eu consigo acumular aqui. Nunca, em toda a minha vida, mandei tanto papel para a reciclagem! Sacos e sacos e sacos e sacos e sacos, um sem fim de sacos. Depois declarei guerra aberta aos livros. Já grassavam por todo o lado: uns tortos nas estantes, outros em montículos no chão, em cima da mesinha de cabeceira, em cima da secretária, em cima da televisão... Mas pronto: agora estão todos que é um mimo, alinhados e compostinhos. O mais fantástico de tudo é que agora já não preciso de pedir licença para entrar no meu próprio quarto e nem corro o risco de ultrajar nenhum livro com uma pisadela não propositada.